segunda-feira, 17 de maio de 2010

O SACERDOTE: TRÍPLICE DOM DE DEUS À IGREJA





"Para JESUS houve o juramento d'Aquele que disse a Seu respeito: "O SENHOR jurou e não Se arrependerá: Tu és Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec". Neste sentido é que JESUS Se tornou a garantia de uma Aliança melhor. Visto que ELE permanece para a eternidade, possui um sacerdócio imutável. Por isso é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio d'Ele, se aproximam de DEUS, visto que ELE vive para sempre para interceder por eles" (Heb. 7,21-22.24-25)

CRISTO JESUS possui um sacerdócio único. Deles há duas participações:

- O sacerdócio comum dos fiéis que provém do seu Baptismo e Crisma. Cada fiel-leigo, segundo a sua própria vocação no meio do mundo, participa na missão de CRISTO, Sacerdote, Profeta e Rei (cfr. LG n. 10).

- O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos bispos e dos presbíteros e dos diáconos torna presente o sacerdócio único de CRISTO. E um dos meios pelos quais CRISTO continua a construir e a guiar a Sua Igreja. E por isso que é transmitido por um sacramento próprio, que é o sacramento da Ordem (cfr. Cat. Ig. Cat. n. 1544-1547).

NA PESSOA DE CRISTO

No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio CRISTO que está presente na Sua Igreja, como:

- Cabeça do Seu Corpo,

- Pastor do Seu rebanho,

- Sumo-Sacerdote do Sacrifício Redentor,

- e Mestre da Verdade.

É o que a Igreja exprime quando diz que o PADRE, em virtude do Sacramento da Ordem, age NA PESSOA DE CRISTO-CABEÇA.

É a função do mesmo Sacerdote, JESUS CRISTO, que o ministro realmente desempenha. Se realmente o ministro é assemelhando ao Sumo-Sacerdote em virtude da consagração sacerdotal que recebeu, goza do direito de agir pelo poder do próprio CRISTO, que representa (cfr. Pio XII, Encíclica Mediator Dei; cfr. Cat. Ig. Cat.n.1548).

Este sacerdócio é ministerial. "O encargo que o SENHOR confiou aos pastores do Seu Povo é um verdadeiro serviço " (LG n. 24). Está inteiramente referido a Cristo e aos homens. Depende inteiramente de CRISTO e do Seu Sacerdócio único, e foi instituído em favor dos homens e da comunidade eclesial. O Sacramento da Ordem comunica "um poder sagrado", que não é outro senão o de CRISTO. O exercício dessa autoridade deve, pois, regular-se pelo modelo de CRISTO, que por amor Se fez o último e servo de DEUS (cfr. Mc. 10,43-45; 1Pe.5,3; Cat. Ig. Cat. n. 1551).

O sacerdócio ministerial não tem por dever somente representar CRISTO, Cabeça da Igreja, perante a assembleia dos fiéis, age também em nome de toda a Igreja, quando apresenta a DEUS a oração da mesma Igreja (cfr. SC n. 33) e, sobretudo, quando oferece o Sacrifício Eucarístico (cfr. LG n. 10).

A oração e a oferenda da Igreja são inseparáveis da oração e da oferenda de CRISTO, sua Cabeça: é sempre o culto do SENHOR na e pela Sua Igreja. E toda a Igreja, Corpo de CRISTO, que ora e se oferece, "por CRISTO, com CRISTO e em CRISTO", na unidade do Espírito, a DEUS Pai.

Por isso, aqueles que na Igreja são de modo especial os ministros da oração e da oferenda chamam-se ministros não apenas de Cristo, mas também da Igreja (cfr. Cat. Ig. Cat. n. 1552-1553). Não devemos admirar-nos que o DEUS Uno e Trino ofereça o Sacerdote como tríplice dom a esta mesma Igreja.



EM CRISTO "BOM PASTOR" O PAI OS OFERECE COMO PASTORES

"Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração" (Jer.3, 15). Com estas palavras, o profeta anuncia, em nome de DEUS, a promessa de que jamais Israel ficará privado de pastores que o reúnam e guiem.

A Igreja, Povo de Deus, experimenta continuamente a realização deste anúncio de Jeremias e, na alegria, continua a dar graças ao SENHOR. Ela sabe que o próprio JESUS CRISTO é o cumprimento vivo, supremo e definitivo da promessa Divina: "Eu sou o Bom Pastor!" (Jo. 10,11).

Ele é "Pastor" único e tem um modo irrepetível de Se relacionar com as ovelhas e estas com Ele: "Quem não entra pela porta do redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama-as uma por uma e as conduz para fora. Tendo feito sair todas as que são suas, caminha à frente delas e as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz" (Jo. 10,14).

JESUS é o Pastor perfeito, porque dá a Sua vida pelas ovelhas (cfr. Jo. 10,15.17ss); dá a Sua vida por Si mesmo (cfr. Jo. 10, 1 8) por todas as ovelhas dispersas, não só da casa de Israel, mas de todas as nações. "Tenho outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também, elas ouvirão a minha voz, então haverá um só rebanho, e um só pastor" (Jo. 11,16).

Este único rebanho congregado por CRISTO, está unido para sempre, pois é o Amor do PAI que o mantém e é ELE que lhe garante a vida eterna (cfr. Jo. 10,27-30).

Sendo JESUS CRISTO Quem é, só Ele tem autoridade para delegar o poder pastoral naquele que ama. Depois da Ressurreição, coloca a Pedro a questão fundamental sobre o amor: "Simão, filho de João, amas-Me tu mais do que estes?" E à resposta de Pedro segue a entrega da Missão: "Apascenta os Meus cordeiros" (Jo. 21,15).

A pergunta prévia a Pedro sobre o seu amor tinha uma única finalidade: a entrega do rebanho. Mas, na realidade, é o Amor livre e antecipado de JESUS CRISTO que origina a solicitação ao Apóstolo e a subsequente entrega das "Suas" ovelhas. Desta forma, os ministros sagrados são levados a amarem e a servirem a Igreja, impelidos a amadurecerem cada vez mais no amor e no serviço de JESUS CRISTO, o "Bom Pastor". Este seu amor configura-se sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito do PAI em CRISTO JESUS (cfr. Pastores dabo Vobis, João Paulo II, 25/3/92, n. 25, pg. 47).

E este amor que impele os pastores a buscarem as ovelhas tresmalhadas (cfr. Mt. 18, 12ss), a vigiar contra os lobos vorazes que não poupam o rebanho com falsas doutrinas (cfr. Act. 20,28ss). Felizes daqueles que perseverarem santamente neste ministério pastoral, pois, "quando aparecer o supremo Pastor, recebereis a coroa imarcescível de glória" (1Pe. 5,4).

EM CRISTO "SERVO DO SENHOR" O PRÓPRIO FILHO OS OFERECE COMO SERVOS

JESUS CRISTO é Cabeça da Igreja no sentido novo e original do ser "servo", segundo as Suas próprias palavras: "O FILHO do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida em resgate por todos" (Mt. 10,45).

Já no Antigo Testamento o honroso título de "Servo de DEUS" é dado a homens escolhidos e eleitos:

- Aos Patriarcas: Abraão (cfr. Gn. 26,24), Isaac (cfr. Gn. 24,14) e a Jacob (cfr. Ex. 32,13; Ez. 37,25).

- A Moisés, mediador da Aliança, que é chamado, muitas vezes, de servo (cfr. Ex. 41,31; Nm. 12,7; Dt. 34,5; 1Re. 8,56).

- A David, tipo do rei messiânico (cfr. 2Sam. 7,8; 1Re. 8,24ss; Sl. 78,70; Jer. 33,36).

- Aos profetas, que têm a missão de manter a Aliança: Elias (cfr. 1Re. 18,36). "Meus servos os profetas" (cfr. Am. 3,7; Jer. 7,25; 2Re. 17,23).

- Também aos sacerdotes que celebram o culto divino, em nome do povo sacerdotal (cfr. Sl. 134,1; Ex. 19,5ss).

A escolha de todos esses servos destina-se a tornar o povo fiel ao serviço que DEUS espera dele (cfr. Sl. 105,6ss.26.45), como o são os Santos Anjos, servos fiéis da vontade de DEUS (cfr. Sl. 103,20-21).

Será sob este título, "Servo do SENHOR", que Isaías anunciará o Messias com toda a Sua missão redentora:

- 42,1-7;

- 49,1-6;

- 50,4-9;

- 52,13 a 53,12.

Por isso, o serviço do FILHO de DEUS Humanado atinge a plenitude com a Sua morte na Cruz, ou seja, com o dom total de Si mesmo. "Despojou-Se a Si próprio, assumindo a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens; aparecendo como homem, humilhou-Se a Si mesmo fazendo-Se obediente até à morte, e morte de Cruz" (Filip. 2,7-8).

E a partir desta entrega total, que CRISTO faz de Si mesmo pela Igreja, que a existência espiritual do Sacerdote é animada e vivificada. Por isso, a sua marca é a de serviço. "Aquele que dentro vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos" (Mc. 10,43-44). Este ser "servo" do rebanho a ele confiado, será destituído de qualquer presunção ou desejo de ser alguém. "Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coacção, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho" (1Pe. 5,2-3).

Desta forma, pelo exemplo, o Sacerdote poderá ser modelo do rebanho, e, por sua vez, é chamado a assumir, frente ao mundo inteiro, essa atitude sacerdotal de serviço à plenitude de vida do homem e à sua libertação integral (cfr. Pastores dabo Vobis, João Paulo II, 25/3/92, n. 21).


EM CRISTO "ESPOSO DA IGREJA" O ESPÍRITO OS OFERECE COMO "ESPOSOS"

A entrega de CRISTO à Sua Igreja, fruto do Seu Amor, está conotada com aquela dedicação original que é própria do esposo no seu relacionamento com a esposa. Ele "amou a Igreja e entregou-Se a Si mesmo por ela, a fim de a tornar santa, purificando-a por meio do banho da água acompanhada da Palavra, de modo a fazer aparecer diante de Si a Igreja resplandecente, sem mancha nem ruga ou qualquer coisa semelhante, mas santa e imaculada" (Ef. 5,25-27).

Realmente a Igreja é a Esposa que surge como nova Eva do lado do Redentor sobre a Cruz: por isso mesmo, CRISTO está "diante" da Igreja, "alimenta-a e cuida dela" (Ef 5,29) com o dom da Sua vida.

O Sacerdote é chamado a ser imagem viva de JESUS CRISTO, o Esposo. Por isso a sua vida deve iluminar-se e orientar-se também por este tratamento nupcial que lhe exige ser testemunho do amor nupcial de Cristo, ser, por conseguinte, capaz de amar a gente com um coração novo, grande e puro, com um autêntico esquecimento de si mesmo, com a dedicação plena, contínua e fiel, juntamente com uma espécie de "ciúme" divino (cfr. 2Cor. 11,2) (Pastores dabo Vobis, João Paulo II, 25/3/92, n. 22).

É à luz de CRISTO-Esposo, que Se doa indivisamente à Sua Esposa-Igreja, que o Sacerdote compreende e vive o seu celibato, que lhe é concedido como um carisma inerente à sua vocação. A Igreja, como Esposa de Cristo, quer ser amada pelo Sacerdote de modo total e exclusivo, tal como JESUS, Cabeça e Esposo, a amou. O celibato sacerdotal é, então, o dom de si EM e COM Cristo à Sua Igreja, e exprime o serviço do Presbítero NO e COM o Senhor (cfr. idem, n. 29).

O celibato é também sinal do Reino que não é deste mundo, pois prefigura e antecipa aquela comunhão e entrega perfeita a CRISTO à Igreja no Além. "Na virgindade o homem está inclusive corporalmente em atitude de espera das núpcias escatológicas de CRISTO com a Igreja; dando-se integralmente e na esperança de que CRISTO a ela Se entregue na plena verdade de vida eterna" (Exort. Ap. Familiaris Consortio, 16: AAS 74 [1982] 98).



ORAÇÃO FINAL

"Mãe de JESUS CRISTO, que estivestes com Ele nos inícios da Sua vida e da Sua missão; Mestre O procuraste entre a multidão, assististe-O levantado da Terra, consumado para o sacrifício único e eterno, e tivestes perto João, Vosso filho, acolhei deste o princípio os chamados, protegei o seu crescimento, acompanhai na vida e no ministério os Vossos filhos, ó Mãe dos Sacerdotes". Amém

Um comentário:

  1. Glória a Deus por todos os sacerdotes!!!
    Apesar de tantos criticarem, desejarem o fim dos sacerdotes, EU ESTOU COM VOCÊS, sempre em minhas orações e naquilo que posso fazer, para aliviar o fardo que pesa sobre vocês, por causa dos nossos próprios erros, que muitas das vezes nem são os seus!
    Peço a benção de todos os sacerdotes, amém!

    ResponderExcluir