segunda-feira, 21 de junho de 2010

BENTO XVI: SACERDOTES, “PRIMEIROS OPERÁRIOS DA CIVILIZAÇÃO DO AMOR”

CIDADE DO VATICANO, domingo, 13 de junho de 2010 (ZENIT.org) - Publicamos as palavras de Bento XVI antes da oração mariana do Ângelus, na presença de milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro hoje.


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Queridos irmãos e irmãs:
Na semana passada, concluiu-se o Ano Sacerdotal. Vivemos aqui, em Roma, dias inesquecíveis, com a presença de mais de 15 mil sacerdotes, de todos os lugares do mundo. Por este motivo, desejo dar graças a Deus por todos os benefícios que este Ano produziu na Igreja universal. Ninguém poderá jamais medi-los, mas certamente já se veem e se verão ainda mais os frutos.
O Ano Sacerdotal terminou na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que tradicionalmente é o "dia de santificação sacerdotal"; dessa vez, ele o foi de maneira especial. De fato, queridos amigos, o sacerdote é um dom do Coração de Cristo: um dom para a Igreja e para o mundo. Do coração do Filho de Deus, transbordante de caridade, procedem todos os bens da Igreja, e nele tem sua origem a vocação desses homens que, conquistados pelo Senhor Jesus, abandonam tudo para dedicar-se totalmente ao serviço do povo cristão, seguindo o exemplo do Bom Pastor.
O sacerdote fica plasmado pela própria caridade de Cristo, por esse amor que o levou a dar a vida pelos seus amigos e a perdoar seus inimigos. Por este motivo, os sacerdotes são os primeiros operários da civilização do amor. E, neste sentido, penso em tantos modelos de sacerdotes, conhecidos e menos conhecidos, alguns elevados à honra dos altares; em outros casos, sua lembrança permanece indelével nos fiéis, talvez em alguma pequena comunidade pastoral, como aconteceu em Ars, o povoado da França em que São João Maria Vianney desempenhou seu ministério. Não é preciso acrescentar nada ao que já foi dito nos meses passados. Mas sua intercessão deve nos acompanhar ainda mais a partir de agora. Que sua oração, seu "Ato de Amor", que tantas vezes recitamos durante o Ano Sacerdotal, continue alimentando nosso diálogo com Deus.
Eu gostaria de recordar outra figura: o Pe. Jerzy Popiełuszko, sacerdote e mártir, que foi proclamado beato precisamente no domingo passado. Ele exerceu seu generoso e valente ministério junto àqueles que se comprometiam pela liberdade, pela defesa da vida e da sua dignidade. Esta obra ao serviço do bem e da verdade era um sinal de contradição para o regime que então governava a Polônia. O amor do Coração de Jesus o levou a dar a vida e seu testemunho foi semente de uma nova primavera na Igreja e na sociedade.
Se analisarmos a história, poderemos observar quantas páginas de autêntica renovação espiritual e social foram escritas com a contribuição decisiva de sacerdotes católicos, motivados somente pela paixão pelo Evangelho e pelo homem, por sua autêntica liberdade, religiosa e civil. Quantas iniciativas de promoção humana integral começaram pela intuição de um coração sacerdotal!
Queridos irmãos e irmãs: confiemos ao imaculado Coração de Maria, de quem ontem celebramos a memória litúrgica, todos os sacerdotes do mundo, para que, com a força do Evangelho, continuem construindo em todos os lugares a civilização do amor.
[Tradução: Aline Banchieri.
©Libreria Editrice Vaticana]

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