Iluminira sec. XIII
Sendo de fato nosso vivíssimo desejo que o espírito cristão refloresça em tudo e se mantenha em todos os fiéis, é necessário prover antes de mais nada à santidade e dignidade do templo, onde os fiéis se reúnem precisamente para haurirem esse espírito da sua primária e indispensável fonte: a participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja. E debalde se espera que para isso desça sobre nós copiosa a bênção do Céu, quando o nosso obséquio ao Altíssimo, em vez de ascender em odor de suavidade, vai pelo contrário repor nas mãos do Senhor os flagelos, com que uma vez o Divino Redentor expulsou do templo os indignos profanadores. (São Pio X, Tra le sollicitudine)
Muitos acreditam que o termo "participação ativa" na liturgia é algo do "espírito do Concílio" que aboliu o termo "assistir a Santa Missa."
Esta citação de São Pio X no Motu Proprio "Tra le sollicitude" vem comprovar que o conceito de participação dos fiéis já era em uso antes do Concílio Vaticano II e que este não se contrapõe ao assistir a Missa. Pois qual a nossa participação no Sacrifício de Cristo senão "completar em nossa carne o que faltou na paixão de Cristo" (Cf Cl 1,24). Mas, resta-nos uma pergunta: o que faltou algo no Sacrifício de Cristo? O sacrifício de Cristo foi completado e realizado por Ele mesmo, todavia faltou a mísera parte nossa, isto é a nossa participação que consiste na mesma forma que a Virgem Maria participou: oferecendo a sua vida, seus sofrimentos, alegrias e dores aos pés da cruz do Seu Filho e unindo a sua vida a dele. Assim, Maria representou a Santa Igreja e cada um de nós no Sacrifício da Redenção. A nossa participação está em imitar esta atitude de Maria e assistir com o seu olhar este sacro mistério da economia da nossa salvação. A nossa participação ativa não acrescenta nada, mas nos faz partícipes deste mistério.
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