quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Carta do delegado da Santa Sé sobre o "Opus Angelorum"



Roma, 7 de abril de 2010

Caros Membros da Obra dos Santos Anjos,

mediante decreto do dia 13 de março de 2010, a Congregação para a Doutrina da Fé nomeou-me, em substituição de Pe. Benoît Duroux, “Delegado da Santa Sé com faculdades especiais” para oOpus SS. Angelorum.

Consciente da responsabilidade que assim me incumbe, sinto-me confortado por diversos elementos e, em particular, por duas considerações que gostaria de sublinhar.

Em primeiro lugar, graças à prudente ação de Pe. Duroux e à docilidade edificante demonstrada pela grande maioria dos membros das diversas realidades ligadas ao Opus SS. Angelorum, a situação diante da qual me encontro é fundamentalmente muito positiva e se pode dizer que a caminhada na via traçada pela suprema Autoridade já está bem encetada e suficientemente consolidada, em particular com a aprovação da fórmula de consagração aos anjos, com a aprovação definitiva das Constituições dos Cônegos Regulares da Santa Cruz, com a aprovação das Constituições das Irmãs da Santa Cruz, com a aprovação dos Estatutos do Opus SS. Angelorum.

Em segundo lugar, sei que posso contar com a leal e efetiva colaboração dos órgãos dirigentes dos diversos ramos em que se articula o Opus SS. Angelorum.

O meu empenho será, obviamente, de favorecer, enquanto puder, o prosseguimento da caminhada da qual falei há pouco. Para isso terá, sem dúvida, um papel relevante a publicação, para o uso dos membros do Opus SS. Angelorum, de um bom número de textos da Mãe Gabriele Bitterlich, textos aptos a proporcionar um alimento valioso para a vida espiritual da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz, do Instituto das Irmãs da Santa Cruz e da família do Opus SS. Angelorum.

Na luz da Santa Páscoa apenas celebrada, manifesto-vos assim a minha esperança de poder, não obstante minhas limitações, trabalhar utilmente naquela parcela do campo da Igreja que é oOpus SS. Angelorum e vos peço para me sustentar nisso particularmente por meio das vossas orações.

Com cordiais saudações no Senhor ressuscitado

Pe. Daniel Ols, O.P.


Abaixo Carta do Superior Geral da Ordem da Santa Cruz e Moderador da Obra dos Santos Anjos.


Roma, 15 de agosto de 2010.

Queridos membros da Obra dos Santos Anjos!

“Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 10-12).

É uma grande alegria para mim poder agora, pela primeira vez, entrar em contato direto com vocês. O Prior Geral da Ordem da Santa Cruz de acordo com o Estatuto da OA, agora reconhecido pela Igreja, é o moderador da Obra dos Santos Anjos (também chamada: Opus Angelorum, OA) e tem a mais alta responsabilidade pela Obra dos Santos Anjos no mundo inteiro. O apelo de São Paulo, colocado por mim no início desta carta, é para nós na OA, numa maneira especial, diretriz para nossa vida e agir.

Os membros da Obra dos Santos Anjos são enviados ao mundo de hoje para colaborar, com a ajuda dos Santos Anjos, na missão santificadora da Igreja. Isto se mostra, sobretudo, numa vida que se deixa inflamar pelo amor de Cristo para um amor desinteressado ao próximo, que se empenha servindo justamente lá onde a providência de Deus nos coloca. De modo especial queremos apoiar com amor os sacerdotes, ao menos através da oração.

O motivo desta circular é uma carta do nosso novo Delegado da Santa Sé, o Revmo. Pe. Daniel Ols O.P., nomeado no dia 13 de março de 2010. Conforme seu desejo gostaria de levar ao conhecimento de vocês o conteúdo desta carta.

Revisão do passado

Nosso novo padre delegado, o Pe. Daniel Ols O.P., menciona nesta carta em primeiro lugar o desenvolvimento positivo pelo qual o nosso movimento passou desde o Decreto da Congregação para Doutrina da Fé no ano de 1992. Ao procedimento prudente e ponderado das instâncias eclesiásticas corresponde, do lado da Obra dos Santos Anjos, uma docilidade e uma atitude de obediência às diretrizes da Igreja, que com certeza nem sempre foi fácil, mas que foi abençoada por Deus e trouxe consigo frutos espirituais. A Igreja deposita confiança em nós novamente. Nesta ocasião, gostaria de dizer de todo coração um “Deus lhe pague” a todos os membros da OA que seguiram conosco este caminho!

A OA na Igreja

A aprovação do Estatuto do Opus SS. Angelorum pela Santa Sé é para nós ocasião de alegria, mas ao mesmo tempo demonstração de confiança e uma tarefa a cumprir. Com isso a Santa Mãe Igreja acolheu no seu seio a Obra dos Santos Anjos. Conforme este Estatuto a OA é um “movimento eclesiástico” que, de acordo com o cân. 303, é dirigida pela Ordem da Santa Cruz (cf. Art. 6). A sede deste movimento encontra-se na Casa Santa Maria degli Angeli em Roma.
Com isso o apostolado da OA tem um espaço na Igreja, no qual com a ajuda de Deus pode dar-se um sólido desenvolvimento. Gostaria de citar aqui um trecho da Mãe Gabriele: “A Santa Igreja é a Cidade de DEUS ao redor de nós, nela vivemos e amamos, sofremos e combatemos, por ela pelejamos e com a sua bênção somos enviados. O Senhor sempre cumpriu esta palavra na Obra: ‘Quem ouve a Igreja, a MIM ouve’.”

O novo estatuto do Opus Sanctorum Angelorum

Este estatuto foi aprovado pela Congregação para os Religiosos no dia 7 de novembro de 2008, primeira sexta-feira do mês (dedicada ao Sagrado Coração de Jesus). Ele regula a estrutura interior e exterior da Obra dos Santos Anjos. Com isso a Igreja confirma que: “A Obra dos Santos Anjos (...) é um dom da graça do Deus Trino para a Igreja através de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria Mãe de Deus, Rainha dos Anjos e Mãe de todos os homens (cf. LG 69). O patrono da Obra é o apóstolo Santo André. São José, o silencioso servo de Deus conduzido pelos Anjos e chefe da Sagrada Família, é venerado como ‘Pai de família’ na OA” (Art. 2). 
No artigo 4 se diz: “A OA entende-se como uma comunidade de combate com os Santos Anjos sob o manto protetor de Maria, a Rainha do universo e Mãe dos homens,

- para o fortalecimento da Santa Igreja,
- para o apoio aos sacerdotes e religiosos,
- para a repatriação de toda a criação”.No artigo 10 é indicada a finalidade: “A meta da OA é a renovação da vida espiritual na Igreja com a ajuda dos Santos Anjos nas direções fundamentais da Adoratio (adoração) – Contemplatio (contemplação) – Expiatio (expiação) – Missio (missão), as quais são vividas e realizadas em todos os ramos em que se articula a Obra”.

Administração dos escritos da Obra dos Santos Anjos

A direção da Obra dos Santos Anjos foi encarregada pela Santa Sé para administrar os escritos espirituais da OA, que são destinados para a difusão entre os membros da Obra ou que já foram entregues. Neste ponto continuam valendo as determinações do Decreto de 6 de junho de 1992 que devem ser observadas rigorosamente. Os textos da OA propostos para a aprovação serão escolhidos pela direção da Ordem da Santa Cruz, comentados pela comissão teológica da Ordem da Santa Cruz e apresentados ao Revmo. Padre Delegado para a aprovação. Agradecemos de coração ao Pe. Daniel Ols pela abertura em liberar esses textos para os membros da OA, como manifestou em sua carta.


Gratidão e amor à Igreja
Penetrados por um profundo amor à Igreja, queremos nos colocar a seu serviço, gratos por sua bondade materna, entusiasmados por sua beleza como Corpo Místico de Cristo, como Esposa Imaculada do Cordeiro, como Cidade Santa e em vista da Jerusalém Celeste, a qual é edificada pelos Apóstolos sobre a pedra fundamental que é Cristo e na qual já somos inseridos neste mundo como pedras vivas (cf. 1 Ped 2,5). Neste serviço os Santos Anjos exigem de nós sobretudo a fidelidade, a humildade, a obediência, o amor a Deus e ao próximo, o silêncio, a medida e a imitação de Maria.


Nossa missão na Igreja
Sabemos que o primeiro passo no nosso empenho pela Igreja deve ser a nossa própria conversão. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos” (Fil 4,8). Nesta atitude, sempre obrigada à verdade, porém nunca criticando com desdém ou sem amor, os nossos membros espalham em seu ambiente a feliz esperança, a alegria na Igreja e uma forte confiança em Deus, que nunca nos deixa sozinhos e envia o Seu Anjo adiante de nós para que nenhum mal nos possa prejudicar, se nós o seguirmos (cf. Ex 23, 20-22).

Não nos esqueçamos que é, sobretudo, o nosso próprio testemunho de vida que convence. Queremos viver em simplicidade segundo o modelo de Maria, sempre prontos a prestar auxílio ao nosso próximo em dificuldade. Este “serviço de Anjo da Guarda” no dia-a-dia, que em geral não chama a atenção, deve distinguir o membro do Opus Sanctorum Angelorum!

Devemos ver o reconhecimento eclesiástico da Obra dos Santos Anjos também como uma missão: somos chamados a lutar com os Santos Anjos pela salvação das almas, pela edificação da Igreja e de modo especial prestando auxílio aos sacerdotes e religiosos.

Queremos cultivar na Igreja a reverência a Deus, promover a devoção aos Santos Anjos e oferecer o auxílio especial dos Santos Anjos através da consagração ao Anjo da Guarda e da consagração aos Santos Anjos, reconhecidas pela Igreja, àqueles que se sentem chamados e são aptos para isso. A consagração ao Santo Anjo da Guarda é o fundamento para toda pertença na Obra.

Na sua carta ao capítulo geral da Ordem da Santa Cruz em janeiro de 2009, na qual também transmite a bênção do nosso Santo Padre para toda a OA, o cardeal Tarcisio Bertone SVD, Cardeal Secretário de Estado, exprime de modo belo e simples o significado da missão da Obra dos Santos Anjos na Igreja: “Perante os desafios do nosso tempo e tribulações que cada pessoa experimenta em sua vida, é salutar lembrar-se do poderoso auxílio e da guia cuidadosa dos Santos Anjos, que ‘cooperam para todos os nossos bens’ (cf. Catecismo da Igreja Católica, 350). Que eles acompanhem a família do Opus Angelorum a fim de que esta, com oração e zelo apostólico, sirva à santificação contínua de todo o Povo de Deus. À intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e Rainha dos Anjos, Sua Santidade o Papa Bento XVI de coração concede aos Cônegos Regulares da Santa Cruz, à Comunidade agregada das Irmãs da Santa Cruz e aos membros da Obra dos Santos Anjos a implorada bênção apostólica”.

Suplicando ao Bom Deus que faça nossos corações cada vez mais semelhantes aos Sacratíssimos Corações de Jesus e Maria, vos saúda e abençoa,

Vosso Pe. Joachim Welz O.R.C.
Prior Geral

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